27 julho 2015

Heavy Metal: Origem e Influências.

Hey Guys! Hoje quero falar de Methaaal, Yeaaah! \m/

Final de semana passado assistimos a um documentário sobre esse gênero maravilhoso e cara, foram muitas descobertas e risadas!
O documentário que tem nome e sobrenome, Metal -Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal, está disponível no Netflix e vale super a pena conferir. Vou pontuar algumas curiosidades e espero que não sirvam de spoiler, mas aperitivo:

O documentário parte do ponto de vista de um fã do gênero, Sam Dunn. Ele é formado em Antropologia, que é um estudo sobre as culturas humanas, e decide fazer um estudo sobre a cultura Heavy Metal a fim de descobrir o por quê dessa cultura ser tão estereotipada ao longo dos anos pela sociedade. Para responder essa pergunta ele faz uma viagem pelo mundo Heavy Metal. Essa viagem se dá de duas formas: histórica e literal.

Ele inicia sua jornada indagando a vários ícones do gênero de onde, para eles, teria nascido o Heavy Metal e por quê. As respostas seguidas dos argumentos surpreendem e são bem interessantes:
Alguns acreditam que o Blue Cheer foi uma das primeiras bandas de Heavy Metal por se tratar de um "trio mais alto e metálico" que existiu. Citaram ainda a letra Born To Be Wild da banda americana Steppenwolf por ser uma letra que fala "de motos envenenadas e de sair pela estrada". Houve quem dissesse que conheceu o Heavy Metal através do Led Zeppelin; outros Deep Purple por serem "os primeiros a ter um super equipamento de áudio".
Pelas diferentes respostas deu para perceber o que seria o Heavy Metal para cada um deles. E nenhum está errado. Mas para outros tantos, o Heavy Metal surgiu com a originalidade do Black Sabbath.

Segundo Tommy Iommi, quando falavam de Heavy Metal, ele não sabia o que era ou do que estavam falando. Eles (Black Sabbath) adoravam a vibração e a sensação dos pelos arrepiando no braço e isso dava a eles a intuição de ser essa a missão da banda.
O fato do som que faziam sugerir algo demoníaco, segundo Iommi, os atraia. Eles gostavam do que faziam. Gostavam dos riffs soarem maléficos.

A partir do Black Sabbath, "o som do diabo" se tornou uma espécie de definição do Heavy Metal, segundo Sam Dunn. E ele questiona então, o que torna um som do Metal, diabólico.
De acordo com alguns especialistas musicais,  a escala  do blues tem a quinta bemol, o trítono. Esse seria, por tanto, o som do diabo.
Afirmam ainda que na idade média o trítono  foi chamado de música do diabo por ser um som para se chamar a besta. Tem algo de sexual no som do trítono. E assim, as pessoas antigas ao ouvirem esse som e sentirem a reação dos seus corpos diante dele, imaginavam que estariam chamando o mal.

Ao entrevistar James Dio, criador do "Chifres do Diabo"-mão de chifrada: símbolo adotado no mundo Heavy Metal-, Dunn descobre como se originou o famoso gesto:
Dio conta, na entrevista, ser descente de italianos, e que seus avós eram supersticiosos. Quando criança, ele notava que sempre que a sua avó via alguém na rua, ela fazia o símbolo de mãos chifradas.
Mais tarde ele aprendeu que aquele símbolo, que se chama Meloik, era usado para se proteger de olhares de inveja ou, também, usá-lo para jogar mal-olhado na pessoa.
Ele finaliza seu relato sobre o símbolo dizendo que não inventou o chifres do diabo, mas o aperfeiçoou e o tornou importante.
 Dunn aceita o convite de James Dio, para continuar a conversa que tiveram no Wacken Open Air Festival, em sua própria casa. A conversa agora é sobre o simbolismo religioso presente em várias de suas canções, mas ainda assim a sua mensagem é avessa a essas religiões, em especial, o cristianismo.
Dio conta que quando criança tinha muito medo de freiras. Tinha medo que aqueles "Pinguizões" batessem em sua cabeça com réguas, o que acabavam fazendo de qualquer forma.
Ou pelo fato de se fizesse algo errado, vai para o inferno. E você sofrerá muito. E ele pensava com sigo mesmo, "Dá um tempo, que papo é esse?".
Ele fala então que devido a essa experiência, para ele, o mundo todo é o céu e o inferno. E a música, Haven & Hell é sobre isso, sobre o fato de que, na cabeça dele, vivemos no céu e no inferno. Deus e diabo estão dentro da gente, e a escolha é nossa.

De acordo com uma especialista, se não houvesse o cristianismo, não haveria o Metal como conhecemos. Para ela, a religião é crucial para o Metal.
E justifica sua afirmação dizendo que no Metal muitos artistas foram criados dentro da religião.

Iomi conta que no início do Black Sabbath, alguém deu a ele uma cruz e disse: "Isso vai proteger vocês". Desde então, eles nunca foram a lugar nenhum sem aquela cruz. Nunca subiu a um palco sem uma cruz. A cruz então se tornou o símbolo da banda.

Gavin Baddley, escritor e satanista, afirma que o Heavy Metal tem sido, desde o nascimento, associado ao satanismo e que enquanto o Black Sabbath cantava sobre satã ser algo a ser temido, um pouco disso pode ser descrito como um sentimento cristão. Os fãs, no entanto, querem uma banda satânica e isso somado a pressão comercial, fizeram com que a banda explorasse essa conexão: a fantasia demoníaca e as ideias satânicas.

Iomi continua seu relato dizendo que receberam muita publicidade de todos os lados. Alguns até alegaram que os componentes da banda eram adoradores do diabo.
Ele relembra uma experiência na Europa onde uma igreja tentou impedir que a banda tocasse na cidade. E eles não tocaram. A igreja conseguiu impedir. Eles proibiram o show e a igreja pegou fogo. Esse "acidente", claro, não teve a ver com a banda, mas acabou tendo a ver com a banda. Tentaram contorcer as coisas e colocar a culpa neles. E o fato de usarem cruzes pegando fogo no palco, não ajudou muito.

Para Alice Cooper, o satanismo que vemos, não é satanismo, e sim uma caricatura do satanismo. Ele afirma que, se alguém procura por satanismo, não o devia procurar no rock n' roll. E que um bando de garotos correndo e tocando guitarra bem alto e fazendo o símbolo de "chifres do diabo", não é satanismo. É Halloween.

Kerry King (Slayer) diz que gosta de "mandar bala" na religião porque acha que "é a maior forma de lavagem cerebral que é totalmente aceita no EUA e, provavelmente, em todos os outros lugares do mundo". E finaliza dizendo que acha que é um monte de merda.
Dunn questiona Tom Araya (Slayer) sobre como é a justaposição da sua crença -visto que ele tem  um caminho cristão bem traçado-, e a sua música. Araya afirma ser católico.
Dunn então pergunta qual o lugar das crenças pessoais dele no Slayer. Araya diz que considera o que fazem como arte. E a arte pode ser um reflexo da sociedade. Eles então estão pegando as reflexões mais sombrias. Eles (Slayer) tentam passar que o mal está em todos os lugares. "Está em todos nós.  E que algumas pessoas não o conseguem controlar tanto quanto outras. Mas está lá, independente da porra de religião que você acredite. O que quer que você ache certo, todos sabem o que é errado. Todos sabem que a coisas que você não faz. E as que pessoas não entendem isso ou não acreditam nisso não estão realmente ligados com eles mesmos, espiritualmente. Não interessa em que você acredita".
Dunn então questiona como se encaixa a música God Hate Us All. Araya responde então que Deus não odeia. Mas é um título da porra. E que queria usá-lo como título do álbum, porque é muito bom.

O documentário vai muito além das coisas aqui pautadas. São muitas curiosidades, muita coisa bacana que todo fã do gênero, mesmo não concordando, deveria saber.
Ele ainda explora questões como Black Metal, sua influência e algumas curiosidades e acontecimentos sobre o gênero.
A Pergunta que abre porta para o documentário, acredito, já pode ser respondida por todos os que leem este reles resumo, mas não pretendo colocá-la aqui. Espero que tenham se sentido tentados a assistir. O que aqui expôs não é um um terço do que o trabalho se propõe. E se pudesse resumir Heavy Metal em uma expressão, ela com certeza seria: FUCK YOU!