Domingo passado, dia 22/05, tivemos a Virada Cultural de São Paulo. Para quem não sabe, a Virada Cultural é um evento que abrange praticamente a cidade toda onde diversas atrações culturais se apresentam em variados locais durante 24 horas, isso é, começa em um dia e vira para o outro, por isso o nome Virada Cultural-nome bem auto-explicativo esse hein.
Todo ano a Virada teve ao menos um palco voltado ao rock ou suas vertentes, porém nesse ano não tivemos, o que tivemos foram varias bandas bacanas tocando em diversos locais onde quem curte teve que acabar escolhendo entre uma ou outra. Entre as bandas que tocaram esse ano das que consigo me lembrar foram: Camisa De Vênus, Plebe Rude, Raimundos e Matanza, essa ultima que foi a que fomos no show.
O show do Matanza aconteceu às 17 Horas do domingo (só repetindo que foi no domingo para não esquecerem que foi no domingo). A banda entrou em ponto no palco trazendo toda aquela regaceira que ela sabe bem produzir. Ao som do coro "Ei, Jimmy, vai tomar no cu!" a banda destilou uma hora e pouco de som passeando por todos os álbuns da banda, menos To Hell With Johnny Cash, -o que é uma pena pois os sons desse álbum são da hora- mas clássicos como Vem Pro Bar, Clube Dos Canalhas, Eu Não Gosto De Ninguém, Meio Psicopata, A Arte Do Insulto, Mulher Diabo, Ela Roubou Meu Caminhão e Estamos Todos Bêbados não faltaram e com o coral da plateia cantando junto em todas as letras praticamente.
Para ser bem honesto não esperava muito da banda, ainda mais em lugar aberto e me surpreendi, os caras são competentes ao vivo, trazendo um show totalmente profissional com aparelhagem de qualidade que se faz ouvir alto sem perder a qualidade. Os caras tem muita presença de palco, (mesmo em um palco que poderia ser melhor, como o da Virada) e o Jimmy London, o gigantesco vocalista da voz cavernosa é um showman, controlando a plateia e inspirando ainda mais a curtimos aquele momento ao máximo.
O Matanza fez um daqueles shows que quando acaba você fica ali esperando um pouquinho pra ver se não rola um bis, que no caminho para casa você, todo satisfeito, fica pensando em qual parte foi mais legal. É um daqueles shows que valem a pena de fato. Em outras palavras, do caralho!
Mas como nem tudo é perfeito, fica o descontentamento com o local que escolheram para montar o Palco Rio Branco (o que a banda se apresentou), ele foi montado na Avenida Rio Branco no centro de São Paulo. A avenida em questão é bem ampla e pode parecer que foi uma boa ideia montar um palco lá mas não foi pois lá há desníveis por conta de calçadas, meio fio e tudo mais e por conta desses desníveis o palco ficou em um eixo onde quem estava mais distante acabava não enxergando nada pois ficava abaixo de quem estava a frente, mais próximo do palco. Para eu que sou de estatura mediana já foi bem difícil ver os músicos, para minha mulher de um metro e meio, foi impossível, ela só conseguia enxergar alguma coisa quando eu a suspendia fora isso, nada.
Finalizando, o Matanza é uma banda que merece e muito reconhecimento pois os caras são guerreiros e trazem um trampo de qualidade para o publico, mesmo quando a infraestrutura não é das melhores. Algo que acho sensacional é que eles também trazem ao holofote outras bandas por meio do Matanza Fest. Bandas fazendo algo pelo cenário nacional é muito difícil de ver e muito bom de ver pois é isso que o nosso cenário precisa, de festivais de bandas nacionais feito com competência e qualidade para a galera perceber que nossas bandas não devem em nada para as bandas gringas e que nossos bolsos agradecem um festival bacana por metade do preço a um festival recheado de bandas gringas mais ou menos.
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