20 dezembro 2017

Compromisso Com O Som

E aí meus caros barbecues do inferno. Natal está chegando e o todo mundo está se preparando para receber a visita do Velho do Saco Vermelho enquanto enche o rabo de peru mas não vamos tratar disso agora, talvez nem falaremos, não sei, sei lá... o que falaremos é sobre algo que vi nessa entrevista aí em baixo do Regis Tadeu (aquele critico de musica que se aventura em programas toscos de TV aberta e não gosta de Manowar) feita pelo Gastão (o cara que pela MTV ajudou uma geração a conhecer musica pesada e de qualidade), agora dono do canal Kazagastão no YouTube.

A entrevista é surpreendentemente legal, muitas coisas são abordadas, assuntos sobre musica que muitas vezes deixamos passar e estão no nosso cotidiano. Entre tantos assuntos, encontramos o que quero abordar aqui: perdemos o compromisso com a musica.
Quando falo em compromisso, não estou falando em colocar uma aliança no seu álbum predileto do Violenta Dizimação e levá-lo pra passear no shopping, estou falando em pegar esse álbum, colocar pra tocar, seja em qual for sua mídia predileta (viníl, K7 (caso você seja masoquista e curta um som de qualidade de merda), CD, MP3, DVD, streaming ou no cu da sua mãe), sentar, ouvir, prestando atenção apenas no que esse álbum tem a te oferecer, a musica e a arte com letras do encarte.
Nós consumimos muita musica hoje em dia e muito facilmente, para caminhar na rua podemos ouvir nosso reprodutor de MP3 ou streaming no celular, ouvimos para dirigir, ouvimos para fazer tarefas domésticas, como trilha sonora em nossos games, para transar (pelo menos os 10% de pessoas que preferem transar a ficar reclamando dos outros na internet), enfim, ouvimos musica como plano de fundo mas dificilmente colocamos a tal da trilha sonora como elemento principal e em vez de fazer outra coisa, apenas ouvimos musica.
Me colocando como exemplo, passei a deixar esse hábito quando fui adquirindo novas tecnologias, principalmente o smartphone, todo e qualquer tempo ocioso que eu possa vir a ter, acabo gastando com ele, coisa que torna a tarefa de ouvir um som como secundária. Essas mesmas tecnologias facilitaram e muito o ato de ouvir musica, posso ouvir qualquer som ao colocar o pé fora de casa com a facilidade de falar paralelepípedo. Em casa, facilmente posso ouvir qualquer álbum que eu queira, mesmo que eu não o tenha e acredite, eu o esculto, porém, dificilmente paro para apenas ouvir.
Ainda gosto de usar mídia física e estou retomando o prazer de parar e tirar o encarte para ler letras e arte enquanto apenas aprecio a boa musica, porém, não tenho mais tempo para ouvir um álbum inteiro assim mas alguns sons paro para ouvir e esse prazer é sempre orgásmico pois a boa musica é um ato praticamente sexual, dividido entre quem criou e quem está apreciando.
Finalizando, esculte musica, a aprecie e faça isso com alguém que goste, para poder dividir suas avaliações e quem sabe suas salivas.

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