31 maio 2018

Hoje Eu... Ouvi: Breaking The Law - HammerFall

Olá seres fabulosos da Terra Do Metal, espero que estejam conseguindo vencer todas essas batalhas que somos obrigados a lutar diariamente. Se não estiverem vencendo, que pelo menos estejam conseguindo se levantar de cada rasteira que a vida dá, saber vencer é importante mas saber perder e seguir em frente é ainda mais.
Depois de toda essa sessão de auto-ajuda, vamos ao que importa pois Hoje Eu... ouvi Breaking The Law na versão do HammerFall
A capa do DVD que reaparece aqui mais uma vez de novo.
Esse cover do Judas Priest feito pelo HammerFall, eu ouvi dessa vez no DVD The Templar Renegade Crusades (que já falei aqui no post Hoje Eu... Assisti e Ouvi: The Templar Renegade Crusades - HammerFall), mas você pode encontrar também na compilação de covers Masterpieces. Viu, aqui ensinamos os caminhos da Estrada Do Metal, somos praticamente um GPS headbanger.
Como já falei e quem escuta HammerFall bem sabe, uma das principais influências da banda é o Judas Priest e eles deixaram claro isso nesse cover que é feito com maestria, sendo que o vocal não é feito pelo vocalista Joacim Cans mas sim pelo guitarrista, Oscar Dronjak, o que dá ainda mais personalidade a essa música em questão dentro do repertório dos caras do Martelo Caído.
Aqui, nesse exato momento e parágrafo, que chego na parte que estava pensando quando apreciava essa canção. Por conta de quem canta o cover não ser exatamente um vocalista, a sensação que temos é que é algo feito por fans em homenagem aquilo que amam, e é isso que é mesmo. Dá pra sentir a empolgação do Oscar enquanto canta, até mesmo quando improvisa um "tchub-tchub-tchub", coisa que ao ouvir a versão original sempre sinto falta. Quando uma versão de um som do Judas Priest te faz sentir falta de algo na original, isso é sinal que o bagulho é extremamente bom.

29 maio 2018

No More Tours 2 do Ozzy Osbourne

O que é hype para você? O que te faz ter expectativas?
Para mim nesse momento essas duas perguntas tem uma única resposta, No More Tours 2 do Ozzy Osbourne, o show do Ozzy que vai acontecer domingo aqui em São Paulo.
"Ora Franci, esse show já aconteceu! Ou você tá doido, ou viajou no tempo."
Ao que te respondo que sim, eu sou doido, mas ainda não consegui viajar no tempo, quem sabe um dia... O caso é que esse trecho aqui eu escrevo antes do show, para poder transpassar toda essa ansiedade que sinto ao show.
Para começar quero deixar registrada minha insatisfação com a Ticketmaster, essa empresa que vende os ingressos iniciais a preços exorbitantes para depois rir da cara de otário de quem, assim como eu, pagou o equivalente a uma prostituta/o holandesa/o para depois ver o mesmo ingresso sendo vendido por metade do preço. Sem nem citar a tal taxa de conveniência, que é mais inconveniente que o tio do patê.
Mas não é de insatisfação que estou aqui pra falar e sim sobre expectativas. E devo dizer que tenho muitas, muitas mesmo, para ser mais específico, tenho expectativas pra caralho! Eu sou um dos poucos que quando obrigado a escolher entre Black Sabbath ou Ozzy em carreira solo, fico com a segunda opção. Aliás, Blizzard Of Ozz foi um dos primeiros CDs que comprei na vida. Um daqueles CDs fundamentais numa coleção. Ozzy foi um daqueles caras que me influenciou a gostar do tipo de música que amo ouvir, me influenciou na maneira de pensar e de agir. Poder ir a um show dele já é algo incrível para mim e ir em um que encerra uma parte de sua carreira, é de uma emoção inominável.
Se estou ansioso? Porra, demais! 
Termino aqui esse prólogo falando que mal posso esperar pra ouvir aquele véio doido gritando "I can't fucking hear you". Depois do show eu volto, nesse mesmo texto, nesse mesmo canal... 
... 
... 
Ah, você entendeu.
...
Depois de uma gripe e uma semana não muito fácil, senhoras e senhores, voltei!
E devo dizer que voltei muito feliz com que vi naquela noite de domingo.
Fui com minha amada, cheirosa e endemoniada esposa. Chegamos no estádio Allianz Parque a tarde, um pouco antes da abertura dos portões. Já tinha umas putas filas de dobrar esquina em cada portão, já deixando claro que sim, aquela porra iria lotar e todo mundo estava bem disposto a ficar crazy ao som do Madman.
Bom, se você já esteve em algum show de arena já sabe a sequencia a seguir: abertura de portões, checagem de ingressos, revista, pulseiras sendo colocadas nos pulsos de maneira cagada para arrancar pelos, banheiro, comprar cerveja a 12 contos e pegar copo estiloso, se perder no caminho da entrada do quadrante que vai estar, chegar no local e esperar pra caralho enquanto aprecia diversos aromas. 
Exatamente na hora anunciada, o telão com a cruz simbolo do Ozzy sobreposta, começa a exibir imagens ligadas a carreira do Ozzy, com a musica de introdução rodando, o que estava quase inaudível pois o estádio era gritos histéricos puro, sim, eu também estava gritando feito um adolescente que arrisca transar na frente do Jason. Os primeiros riffs de Bark At The Moon começam e além dos grandes músicos que o acompanha, vemos alí na nossa frente o cara que é história pura no metal, o cara que se reinventou tantas e tantas vezes, sempre respeitando sua persona, vemos na nossa frente o velho doido que fez tanta e tanta gente apreciar o heavy metal e escolher para sí isso como estilo de vida.
Não vou enumerar todas as musicas, até porque quem foi sabe, quem não foi já leu o que foi tocado em vários lugares, quero aqui falar da minha experiencia como fan e devo dizer que foi das melhores possível.
Partindo dos músicos, começando por Rob "Blasko" Nicholson (ex-Rob Zombie) estava fazendo o trampo dele, não estou aqui dizendo que o cara tava no automático mas que ele não é exatamente o melhor baixista que já tocou com o príncipe das trevas. Adam Wakeman que também tocou com o Black Sabbath, que pra quem não sabe é filho do mítico Rick Wakeman (Yes/ David Bowie/ Black Sabbath) e pelo visto teve boas aulas com o pai, o cara toca muito e daqueles que estão tocando horrores sem demonstrar um pingo de dificuldade, além de em certas músicas, principalmente nos covers do Black Sabbath, assumir uma segunda guitarra. Tommy Clufetos (passou pelo Black Sabbath/ Rob Zombie) na bateria, para ser sincero, não colocava muita fé no cara, mas ele mudou totalmente minha opinião, toca pra carai, com direito a fazer solo interagindo com publico. Por ultimo mas não menos importante, Zakk Wylde nas guitarras, não tenho muito o que dizer dele, ele (como minha mulher disse e aqui vou copiar) estava sendo ele mesmo, porém, com um pouco mais de preguiça, ao invés de criar aquele manjado solo de descanso do Ozzy, fizeram um medley com alguns sons do Ozzy, porém, com todas aquelas firulas que ele costuma fazer, tocar com a boca, com a guitarra nas costas, e dar orgasmos a nossos ouvidos enquanto molha nossas roupas intimas.
O velho Ozzy é um capítulo a parte, incrível como alguém a tanto tempo na estrada, seja com carreira solo ou com o Black Sabbath, demonstra tanto tesão pelo palco e pelo publico. Sério, a cada musica o cara te ganha e demonstra uma paixão pelo que tá rolando alí que eleva o show a um estágio acima do que se espera.
Tudo aquilo que você espera do Ozzy ele fez mas de maneira mais moderada, até mesmo no tempo de show, já que foi mais ou menos 1 hora e meia. Coisa que é de se esperar pela idade avançada do vocalista. Mas suas danças malucas, seu jeito único de agitar no palco, suas frases icônicas, tudo aconteceu e muito mais.
O palco e aquele já citado telão encrucificado, uma viagem e tanto, quando os covers do Sabbath rolam, a porra toda se tornava psicodelia pura, isso junto as cervejas e fumaças ilícitas, deram uma viagem e tanto. 

Ah, não posso esquecer de falar do penúltimo bis, quando o Ozzy cita Lemmy Kilmister, antes de tocar Mama I'm Coming Home, musica que o grande ícone do Motorhead ajudou a compor. Isso por sí só já emocionou, então quando olhamos em volta, todas as milhares de pessoas cantando (sério, vi até um dos bombeiros que estavam a serviço cantando) com seus isqueiros e celulares iluminando, arrepiou demais. Pra mim, foi um dos momentos mais incríveis que já vi em um  show. 
No fim de tudo, entre agradecimentos finais o Ozzy solta "nunca vou esquecer essa noite", nem nós velho Ozzy, nem nós. Mesmo com ingressos muito caros por um show curto sem abertura, com o Ozzy desafinando ou embromando nas letras de algumas musicas, todo mundo chegou ao fim do show estasiado e não querendo acreditar que já tinha acabado. Mesmo com os roadies desmontando o palco, havia pessoas pedindo por mais.  Não vi uma pessoa reclamando de nada referente ao show, na saída tudo o que se ouvia das pessoas eram elogios, coisa bem difícil de se ver em shows nesses últimos tempos.
Enfim, quando lá no inicio desse artigo todo eu falei de expectativas, quero terminar dizendo que as minhas foram todas correspondidas, por conta disso que esse texto está tão amalucado, pois eu ainda estou ensandecido com esse show histórico que será um daqueles momentos que poderei sempre citar. Como já venho me repetindo durante essa semana, eu fui na tour de despedida do Ozzy Osbourne.

05 maio 2018

Terminei: I Am Alive

E ae vocês tudo. Espero que estejam bem, eu estou um tanto quanto melancólico, minhas ferias acabaram e estou mais velho... Ok, você não veio até aqui para ler reclamações e lamúrias mas respeite minha dor. Ou não, eu sei que ambos não ligamos.
Falando em melancolia, vou falar do ultimo jogo que terminei, I Am Alive, jogo que foi inicialmente programado pela Darkworks, passando para a Ubisoft que no fim o publicou em 2012 para Playstation 3, XBox 360 (versão que joguei) e PC. Acredite, isso é tristeza pura, tanto por querer e também acidentalmente.
Falar primeiro da parte intencional da penúria. A história e a ambientação do jogo são tristes, uma cidade devastada por algum tipo de evento que deixou como sequela uma névoa tóxica no solo. Tudo são cinzas e o cinza predomina na paleta de cores e nos valores morais.
Aqui o seu personagem não é exatamente um herói, ele é um sobrevivente a procura de sua família, tendo que interagir com outros sobreviventes, sendo que alguns estão tocando o terror, outros protegendo seu território e há ainda aqueles que nem querem problemas mas em um ambiente sem leis são obrigados a duvidar de você e caso ultrapasse seus limites, precisam se defender... Não posso deixar de citar ainda os que precisam de algum tipo de ajuda, que caso você resolva bancar o humanista e doar algum escaço item de sobrevivência, ganhará uma fita para usar na sua câmera, uma espécie de karma bom já que essa fitas funcionam como continues. Isso mesmo, continues, aqui quando se morre, para voltar do ultimo checkpoint é necessário usar uma dessas fitas, como se estivesse regravando a cena em questão, caso acabem, volta pro início do capitulo e começa tudo de novo.
A história é toda contada do ponto de vista do que foi filmado nessa câmera do nosso personagem, em forma de diários de sua busca. Sendo que sempre está claro que há alguém assistindo até chegarmos a um final estarrecedor.
Mas deixando os spoilers de lado e voltando ao gameplay, outra coisa a salientar é o fato de podermos blefar e os outros sobreviventes também. Como já falei e repetirei, as balas são escassas e por isso você vai andar por muitas vezes com uma arma sem munição, isso não quer dizer que os inimigos saibam, ou seja, ao apontar a arma para alguém, mesmo sem nem uma bala Juquinha, fará com que o adversário se renda. Em caso de um bando, o que você apontar a arma paralisa e fica te enrolando, enquanto os outros, claramente duvidando que esteja munido, vão ganhando espaço para tentar te surpreender. Alguns sobreviventes, principalmente os que não querem altas confusões, vão te apontar armas e pedir para que saia do seu território, algumas vezes essa arma pode estar sem munição também.
Tudo que falei aqui da a impressão que é um jogo incrível e é aí que chegamos a tristeza involuntária. 
Toda a idéia do jogo é genial, porém, extremamente mal executada. Os controles são falhos e muitas vezes rola um atraso nos comandos, o que fode ainda mais as coisas por conta das partes de escalamento, a inteligência artificial dos inimigos não é das melhores e é mais fácil ganhar os embates por conta de suas falhas de programação do que em batalha do modo que o jogo propõe. Os gráficos são ruins, lembrando ser da geração anterior a que ele foi lançado. Os personagens se movem de uma maneira dura, parecendo que estão andando com uma pedra de gelo em seus genitais. 
Quando pensamos em toda essa coisa de blefe, esperamos uma boa expressão no rosto dos personagens, seria bem legal tentar estudar pelos seus rostos o que escondem ou não, maaaaaas os bonecos do GI-Joe que brincávamos quando criança nos demonstravam mais credibilidade cênicas do que os personagens desse jogo. Todo mundo tem a mesma expressão em todo momento, aquela cara de OK saca? Daí você aponta uma arma pra um e ele OK, você vê alguém desesperado por estar sendo mantido refém e OK, você vê outro com a mãe morrendo por falta de medkit mas OK, você enfia um tiro no cu do cidadão e OK!
Vou dizer exatamente o que pensei ao terminar esse jogo: 
"Porque a porra da Ubisoft não financia um reboot dessa porra para ele ser lançado como deveria ser?"
Se tudo nele acontecesse como deveria, iria se tornar uma franquia importantíssima. A história é legal, os dramas morais e toda a decadência que encontramos são muito interessantes mas nem sempre bem abordados. Toda a idéia do gameplay é única, apesar de conter alguns clichês. 
A maturidade desse jogo o colocaria fácil ao lado de outros jogos como Last Of Us que exploram temas mais adultos. Porém, infelizmente, não foi e parece que nunca será trabalhado como deve.
Uma pena. Fico por aqui ainda mais melancólico por isso.