03 setembro 2018

Como Consumimos Musica

Oi meus caros amigos, e oi inimigos também, todos vocês moram no lado esquerdo do meu testículo.
Sem muitas delongas, vou direto ao assunto, pois eu estava vendo TV esses dias, mais precisamente um programa documentando o início dos anos 2000. Falando sobre aquele famoso processo que o Metallica fez contra o Napster (uma plataforma de compartilhamento de musicas á moa pirata), mostrando que isso foi o primeiro passo na transformação do mercado da musica para o que conhecemos hoje.
O Napster foi o primeiro passo da música digital, e o Metallica representou a indústria fonográfica que ao invés de ouvir seu público e oferecer algo parecido a um preço justo, entrou em conflito com os seus consumidores. O que fez com que muitos ficassem descontentes com o mercado fonográfico.
Quando as grandes gravadoras se tocaram que alí havia um mercado, Steve Jobs já o explorava muito bem com o ITunes. As coisas foram evoluindo e agora temos o streaming de música com apps como o Spotify, sendo que as corporações como conhecíamos não existem mais, o que tem seu lado bom, já que os músicos agora tratam diretamente com seus fans e dessa proximidade eles entendem o que queremos e esperamos deles. E o ruim, já que sem a estrutura de uma grande gravadora muitas bandas não podem investir em seus álbuns tanto quanto precisavam e até seus shows não podem ir a onde poderiam ir com uma gravadora realizando toda a logística.
Mas nisso tudo aonde diabos quero chegar?! Nem eu sei meus amigos, mas o que quero falar é de como mudou o modo de ouvirmos música nisso tudo. E eu passei por todas essas fases, da era do vinil e K7, vendo meus pais manusear a vitrola para ouvir seus LPs, que eu só gostava de uns 20% do que tinham. Passei pela época de gravar os sons de vinis emprestados, ou de rádio mesmo, tendo que ficar esperto com início e fim da música para parar a gravação.
Nessa era de vinil e K7, as pessoas paravam para ouvir a música, lembro de como tínhamos o ritual de tirar o vinil da capa, dar uma soprada pra limpar a poeira, colocar com todo cuidado na vitrola, liga-la e por a agulha no lugar certo para ouvir aqueles primeiros chiados que todo apreciador de vinil tem tesão. Todos sentavam em volta da vitrola e conversavam sobre o que estavam ouvindo, era um programa paraa família ou amigos, ou ainda quando se estava sozinho, era um dos passa tempos das pessoas, meus primeiros cigarros fumei ouvindo Maluco Beleza, uma coletânea do Raul Seixas que meus pais tem.
Na era do CD isso já se quebrou um pouco, era mais simples mas mesmo assim, tínhamos o prazer de ir em lojas de CDs para compra-los. Nessas lojas sempre rolava interação, você conhecia pessoas e elas muitas vezes te apresentavam algo novo, ou apenas rolava umas boas conversas. Aonde eu morava a loja de CDs era um dos points da molecada, e a fita K7 ainda era uma boa amiga de quem, assim como eu, não tinha muita verba pra manter a coleção atualizada.
Daí chegou o MP3 e todo aquele futuro que comecei falando no artigo. Muitas pessoas hoje em dia não tem paciência de parar para ouvir um álbum inteiro, não param para simplesmente ouvir a música, ligam Spotify ou YouTube, ou qualquer outra plataforma dessas para deixar a música como ruído de fundo enquanto fazem suas tarefas. 
Parece que toda essa comodidade da música fez as pessoas desvalorizarem essa arte.
Qualidade de áudio era uma verdadeira bosta mas servia a favor da pirataria e isso conta ponto.
É muito bom ter ferramentas como essas para conhecer novas bandas, mostrar um som para alguém ou até mesmo ver um clip ou um show mas comprar um álbum físico, seja em CD, Vinil ou até mesmo em DVD/ Blue-ray (coisas que agora estão surgindo) é muito mais prazeroso (K7 não conta). Consumir a música, ter um produto físico com arte, informações e tudo mais para apreciar é, e para alguns como eu, fundamental. Sempre é gratificante poder escolher o próximo álbum que você irá ouvir, pegando alí da sua coleção, poder realizar todo o seu ritual e apreciar a boa arte que merece toda a sua atenção.

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