05 dezembro 2019

Filme Lords Of Chaos

No inicio desse nosso querido ano, que está um anus, tivemos uma grata surpresa, foi lançado o filme Lords Of Chaos, contando a fatídica história dos primórdios do black metal norueguês. Na verdade a película tem um tanto de inspiração no livro de mesmo nome, porém de início ele já deixa claro que nem tudo que vai aparecer ali é verdade, é uma adaptação.
Pois bem, já vou deixar claro aqui que gostei do filme e como tudo na vida, é uma questão de gosto, que assim como o cu, cada um tem o seu e ninguém tem o direito de enfiar o dedo no dos outros, a menos que os outros peçam, nesse caso você poderá enfiar dedo, língua e o que mais sua imaginação imunda lhe permitir.
Gostei desse filme por ele mostrar exatamente o que esses caras eram, moleques querendo pagar de malvadões, apesar de chegarem a extremos, ainda eram moleques.
Para de me xingar e continue lendo...
Um bom exemplo disso que estou falando é uma entrevista que a muito li do Quorton, gigante mestre que já se foi, que estava por trás do Bathory, banda que influenciou e muito os noruegueses (até mesmo o filme reconhece isso colocando o vinil na mão deles em uma certa cena) e o resto do mundo extremo. Nessa entrevista (não lembro para qual revista ou zine) ele falava que no seu primeiro álbum (que é a influência direta ao black metal norueguês) ele era apenas um garoto querendo ser o mais pesado e obscuro que conseguisse ser, que depois ele foi refinando tudo aquilo. E isso é fato, os álbuns do Bathory são cada vez mais refinados e incríveis, aquele tipo de som que a cada ouvida você descobre algo naquela pancadaria épica.
O filme trás a já manjada história do Inner Circle mas com uma boa dose de humor negro e até mesmo de experimentalismo cinematográfico, o que dá a película um tom artístico e de certa forma obscuro.

Os atores foram bem encaixados em seus papéis. Vi na época algumas pessoas reclamando da escalação do ator Emory Cohen para o papel de Varg, o nome por trás de muita mas muita mas muita polêmica e também do Burzum. Mas o fato é que a galera glorifica o Varg pelas queimas das igrejas e o assassinato e toda repercussão (uma pequena parcela aprecia de fato a música que ele produz sem se deixar influenciar por tudo isso) e o enxergam como um guerreiro brutal from hell mas a grande verdade é que o ator ficou bem parecido com o ser fora de si que o músico era e continua sendo. Inegável que como músico Vikernes tem uma grande influência com o tipo de som que criou mas como pessoa ele não passa de um ser com uma mente transtornada, cheio de teorias e ideologias sem pé nem cabeça. Isso além de ter realmente aquela cara de moleque de condomínio que o ator emulou tão bem.
Mesma carinha de criado a leite de madeira.
Enfim, poderia me alongar mais falando do resto do elenco e tudo mais mas a partir do que disse do que acho de um, dá pra tirar o que acho do resto. Sem tirar que algumas atuações são plenamente especulativas já que as pessoas já não estão de fato vivas, tendo poucos registros delas, fora o lado da musica, tudo que se sabe é o que é contato sobre eles e toda a lenda que se tornaram.
Por falar em musica, ela é algo que faz falta aqui, o filme apostou apenas nas polêmicas deixando as músicas em segundo plano, tendo foco uma hora ou outra, quando queria mostrar algo que algum músico conseguia trazer de novo mas até nessa hora pecava em não mostrar o som que isso estava gerando. Mayhem e Burzum são bandas seminais e mostrar seus primeiros materiais é o minimo que um filme desse deve fazer, apesar que pode si ter esbarrado em direito de reprodução de musica e alguém pode não ter permitido o uso delas, isso de fato não sei se pode ter acontecido e estou com preguiça de pesquisar nesse momento...
Tá reclamando de novo?
...
O Google funciona aí também viu!
...
Muita coisa no filme é inventada (e o filme deixa bem claro isso como já mencionei mas você deve ter se esquecido por causa do seu ódio) pra facilitar o desenrolar do enredo, mas de fato muito do que sabemos daqueles eventos não deve ser de fato verdadeiro, a verdade de fato nunca saberemos.
Finalizando, amo metal, amo metal extremo, apesar de achar a cena norueguesa supervalorizada, a respeito e ver um filme tratando sobre o tema é algo maravilhoso já que o que mais se vê é produções sobre bandas gigantescas enquanto o metal extremo fica de lado. Se você gosta de metal extremo, ao invés dessa babaquice de adoração egoísta, torça para outras produções mainstream com o tema que amamos, assim teremos opções voltadas a nós em cinemas,  e também na grande mídia, ter visibilidade é bom e ganhar espaço é maravilhoso... Ou você quer ficar vendo só lixo pop pelo resto da vida?

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