27 fevereiro 2023

Velhas Virgens, Matanza Ritual e Raimundos no Espaço Leste

Dia 25 de Fevereiro trouxe um ótimo festival, o Ressaca Carna Rock, com bandas nacionais no Espaço Leste, antigo Kazebre. Para quem não é de São Paulo, ou mais precisamente, da zona leste da cidade. O Kazebre era um inferninho incrível que ficava situado na zona leste da cidade, contando com 2 palcos e um amplo espaço temático. Tocava sempre bandas de rock, metal e hardcore com muitas aparições do reggae. Muitos festivais incríveis rolaram lá e sempre visitei.
Enfim, o Kazebre passou por muitos altos e baixos, contando até com ser fechado pela prefeitura por estar em área de manancial. Por motivos que não sei qual é, resolveram mudar o nome para Espaço Leste e reformular alguns pormenores como remover a fogueira, cobrir mais áreas e adicionar algumas vendas de alimentos, além de diminuir o número de bebidas e aumentar o preço da cerveja (mas o que não está mais caro hoje em dia né).
Agora que todos estão sabendo do local, vamos aos shows:
Juliana, gostosa em foto de qualidade duvidável
Abrindo a noite tivemos o Velhas Virgens que sempre entrega o melhor show possível. Clássico atrás de clássico de rockões sem um pinho de vergonha na cara, do jeitinho que a gente ama. O lance teatral estava presente e a Juliana Kosso (vocal) teve ainda mais espaço, fazendo vocais para ainda mais músicas do que já faz. O que ficou bem interessante com ela cantando Só Pra Te Comer. Enfim, não tem erro em show do Velhas Virgens, é pura diversão e rock n' roll, como um ótimo show deve ser.
Depois de algum tempo ao som de DJ tacando o melhor que a rádio já ofereceu do rock, com a plateia tão energética que cantava tudo, eis que entra a grandiosa música de abertura do Matanza Ritual.
A qualidade está na apresentação, não na foto
Essa versão do Matanza é a que está sendo encabeçada pelo Jimmy London, ex-vocal da banda. Matanza Ritual é uma super banda que conta com Antônio Araújo do Korzus na guitarra, Amílcar Christofáro do Torture Squad na bateria e Felipe Andreoli do Angra no baixo que por não poder comparecer nessa noite foi muito bem substituído por Juninho do Ratos de Porão. O show foi direto e reto como um soco na cara, como um bom show do Matanza deve ser. O mais engraçado é que quem mais errou durante esse show foi o único músico que pertencia ao Matanza, o próprio Jimmy mas foda-se, o cara compensa com carisma e vamos ser sincero que ele é um baita de um showman, daqueles que sabem o que fazer pra levantar o público.
Não teve apenas uma música que não foi cantada do início ao fim pelo público, que chegou até a cantar música de aniversário para Amílcar, que segundo o Jimmy estava completando sei lá quantos milhares de anos naquele dia.
Raim, o Undos saiu da banda, ficou só 2
Depois de um show tão energético, todos estavam meio bodeados na casa e assim entra em ação o Raimundos que apesar de alguns pesares, fez um baita show repleto de clássicos. Digão (vocal e guitarra) não é o melhor frontman do mundo, falta um tanto dele nesse quesito, mas a banda compensa com grandes músicas executadas em umas versões bem interessantes. Em um certo momento rolou até a abertura de Raining Blood do Slayer
O Raimundos conseguiu levantar um público que já estava destruído depois de dois ótimos shows e no final ainda rolou um biz com um cover de Aerials do System Of A Down e fechando o show Eu Quero Ver O Oco que o público pedia.
No fim tivemos um baita festival e foi bom saber que o filho do Kazebre continua honrando o rock n' roll, e o público dele continua sendo Foda com F maiúsculo.