01 dezembro 2014

Historia de Casal: Capítulo 1: Hallelujah- Jeff Buckley

Começa aqui nossa historia, poderia ser qualquer casal mas escolhemos esse aqui e iremos adentrar a sua historia usando as musicas da trilha sonora de suas vidas como capítulos. Nenhum tipo de coisa faz mais parte de nossos cotidianos que a musica e como nosso casal em questão ironicamente tende ao rock, nada mais normal que o rock n' roll nosso de cada dia esteja aqui e ali.
Dias vem e dias vão, um cara desiludido com seus dias, consumido por seus vícios e decepções, se diverte usando sua ironia e destilando seus pensamentos por esse mundo paralelo que é a internet. Esse mundo passa a tomar mais tempo dos seus dias depois que adquire um smartphone, estamos em 2011 e esse brinquedo começa a tomar o mundo de assalto, ainda não eramos os escravos que nos tornamos desses aparelhinhos desde então mas já não conseguíamos ficar muito tempo distante.
Viagens virtuais vem e vão e o cara em seu trabalho, devo dizer que ele trabalha a noite e por escala, sim muito tempo de ócio, ou seja, mais tempo para o limbo da internet em seu celul... opa, smartphone. O cara em uma dessas viagens conhece uma mocinha, chamaremos ela assim pois em seus primeiros momentos de conversa, ou melhor dizer, troca de comentários em uma rede social pouco utilizada e em inicio (devo dizer que esses dois não são tão jovens mas são chegados nessas novidades do mundo virtual), foi assim que o cara a nomeou.
O cara estava inspirado, muito inspirado, pois ao olhar as fotos dessa mocinha nessa rede social já citada, sentiu algo que não entendeu, algo que o deu tesão e afeição, sentiu uma espécie de afeto e se divertiu ao fazer brincadeiras com ela, imaginou aquele "shuashuashua" sendo a risada dela, imaginou como ela estaria naquele momento, viajou pra perto dela sem sair do lugar e naquele instante seu mundinho cinza se expandiu de uma maneira que ele mesmo não soube descrever.
O cara a fez rir e amou isso, amou cada instante daquelas brincadeiras, daquelas risadas, o cara sorriu de verdade, sorriu com a alma, sorriu como nunca havia sorrido antes, se sentiu uma criança novamente, mesmo querendo brincar de fazer crianças com a mocinha. 
Infelizmente como esse é o nosso mundo e o bastante sempre é pouco, ela tinha que ir, se despediu mas sem antes o adicionar, melhor dizer, segui-lo numa outra rede social e faze-lo ficar contente com um "Adorei conversar com você".
Entre as brincadeiras dessa noite, o cara tinha falado que seria o "serial killer pessoal" dela pois entre suas risadas e brincadeiras a mocinha soltou um "Morri" e lógico que o cara queria mesmo matar ela de rir e em seus braços. Com esse desejo em mente e com uma bela de uma imaginação o cara resolve deixar claro que quer mais conversas e brincadeiras com a mocinha que ele pouco conhece (coisa que tentará mudar depois das despedidas pesquisando tudo que puder sobre ela em suas redes e internet, não o julgue, certeza que em algum dia de sua vida você já fez isso) dizendo "Você não irá se livrar do seu serial killer..." "Vou adorar ter um serial killer me matando de rir". Que noite, que frase, o cara fica relendo isso durante a noite, enquanto fuma um cigarro atras do outro para tentar diminuir a ansiedade de um novo amanhecer e a promessa de poder conversar de novo e saber mais e mais da mocinha.
Dias vem e vão e o cara vê nessa canção a desilusão dos seus dias e aquela melodia que trás aquele Hallelujah, esse Hallelujah de esperança e paz que passa a fazer parte dos seus dias sob a figura daquela mocinha que o faz sentir coisas que ainda não sabe exatamente o que é mas sabe que o faz bem, que o faz sorrir e querer mais dela apesar de saber pouco de quem é,  onde esta e tudo mais.
O cara entendeu que esse Hallelujah e que esses dias eram só o começo de algo que ele queria mas não entendia ao certo o que desejava, não sabia ao certo se algo assim era possível, nem mesmo sabia o que queria mas queria e esse Hallelujah não sairia tão fácil de sua cabeça.