30 dezembro 2017

Personagens - Gigolô Porradeiro (Art of Fighting 3: The Path of The Warrior/Arcade)

E aí meus caros finalistas de ano, depois de se encherem de peru agora chegou a hora de terminar esse ano que se alargou demais pois deu tudo o que tinha que dá. 
Para isso trouxemos a vocês mais um gameplay totalmente excentrico. Trata-se de um quadro que estava na geladeira faz um tempinho, o Personagens, que agora traz a história de um gigolô porradeiro cobrando seus funcionários. Para essa história digna de Oscar usamos o jogo Art of Fighting 3: The Path of The Warrior, aquele clássico da pancadaria lançado pela SNK em 1996.

22 dezembro 2017

Star Wars E A Intolerância

Fim de ano vem chegando e começamos a refletir sobre o que está acontecendo com nossas vidas e com o mundo. Nessas reflexões cheguei a conclusão que, ninguém liga pra minha vida e que esse mundo anda chato pra caralho.
Tá tudo tão chato, mas tão chato que esses dias fui assistir Star Wars Episodio VIII - Os Últimos Jedi, curti pacas, na verdade achei esse mais legal que o antecessor, me trouxe muito do episódio VI, com leveza te taca tragédias no colo. Além, é claro de terem tido coragem de mostrar que um certo personagem pode ter defeitos e cometer erros que culminam na merda maior. Claro, teve outros detalhes bem interessantes, como mostrar detalhes que não posso citar para não ser acusado de spoilar mas que dão bem mais veracidade aquele universo. Ah, além de uma bela homenagem a Carrie Fisher, nossa eterna Princesa Leia, homenagem que foi além da convencional dedicatória e que poucos conseguiram pegar em um certo diálogo.
É o melhor filme da saga? Não. É o pior? Nem pensar.
Porém, pessoas que não gostaram do filme (que fique claro aqui que as pessoas tem todo o direito de não gostar de algo), criaram uma petição para que a LucasFilm/ Disney retire o filme do cânone da saga. Entre os motivos alegados dizem que mancharam a reputação daquele personagem que deu mancada, alegam que as lutas são fracas, alegam que o vilão maior tem pouco tempo em filme e pouca explicação de quem ele é e muitas outras coisas que nem vou me dar ao trabalho de citar.
Reclamar que vilão tem pouca explicação é ter assistido os filmes da série fora da ordem de lançamento, o Darth Vader, o vilão maior da série tinha pouquíssimo pano de fundo, tudo que sabíamos era que o cara era mal e poderoso mas graças a pouca tecnologia em efeitos visuais da época, nem tinha tanta noção assim de seu poder. O Darth Sidious, o Imperador, tinha menos explicação ainda, mesmo com a prequel não deram muitas explicações de onde ele vem.
A parte das lutas, é uma questão de gosto pessoal, sinceramente, eu gostei, fizeram algo mais pé no chão mas conseguiram usar bem a Força nelas e até mesmo colocaram um tom psicológico bem interessante.
E aqui chegamos a parte mais importante, pelo menos a mim, nessa nova saga de Star Wars estão dando profundidade aos personagens e um dos personagens mais reclamados é um dos que tem mais camadas, Kylo Ren. Ele prova que agora Star Wars vai além do manjado o bem contra o mal e tem muito cinza. Kylo nesse filme deixa claro que quer não apenas dominar o mundo, aquele clichê básico da série, ele quer trazer algo novo a esse mundo e para isso ele quer destruir tudo que é velho, sendo que muito de filosofia é colocado ali.
Nisso, o nosso outro personagem já citado, que ganhou defeitos que fizeram algumas pessoas se sentir magoadas, ganhou muito mais camadas que já tinha. Aqui ele foi humanizado, mostrou que também pode ter medo, que pode ser capaz de fazer algo ruim, mesmo acreditando que isso será o melhor. Nessa parte chegamos a uma verdade inconveniente, quem faz o mal o faz acreditando que está fazendo algo bom.
O caso é que as pessoas não aceitam mais defeitos em seus heróis e muitos personagens estão sendo destituídos de seus defeitos, exemplo disso, Batman que ao invés de ser um cara com problemas psicológicos, zero de aptidão para relacionamentos, que luta contra mafiosos passou a ser o cara que consegue peitar ameaças galáticas com superamigos.
As pessoas agora não aceitam defeitos, acreditando que é apenas preto e branco, isto está claro na polarização das coisas. Esse pensamento é tolo, nada é 100% bom ou ruim, o mundo é cinza e está cada vez mais cinza com pessoas e instituições cada vez mais escondendo suas reais intenções.
Enfim, o filme não foi bem aceito mas não é ruim, aliás, ele é bem mais complexo que a maioria da saga Star Wars e não gostar é um direito das pessoas mas querer forçar a todo o resto que gostou a descarta-lo é não aceitar que outras pessoas tem o direito de pensar diferente. E essa atual intolerância com quem não pensa igual é muito tóxica e perigosa.

20 dezembro 2017

Compromisso Com O Som

E aí meus caros barbecues do inferno. Natal está chegando e o todo mundo está se preparando para receber a visita do Velho do Saco Vermelho enquanto enche o rabo de peru mas não vamos tratar disso agora, talvez nem falaremos, não sei, sei lá... o que falaremos é sobre algo que vi nessa entrevista aí em baixo do Regis Tadeu (aquele critico de musica que se aventura em programas toscos de TV aberta e não gosta de Manowar) feita pelo Gastão (o cara que pela MTV ajudou uma geração a conhecer musica pesada e de qualidade), agora dono do canal Kazagastão no YouTube.

A entrevista é surpreendentemente legal, muitas coisas são abordadas, assuntos sobre musica que muitas vezes deixamos passar e estão no nosso cotidiano. Entre tantos assuntos, encontramos o que quero abordar aqui: perdemos o compromisso com a musica.
Quando falo em compromisso, não estou falando em colocar uma aliança no seu álbum predileto do Violenta Dizimação e levá-lo pra passear no shopping, estou falando em pegar esse álbum, colocar pra tocar, seja em qual for sua mídia predileta (viníl, K7 (caso você seja masoquista e curta um som de qualidade de merda), CD, MP3, DVD, streaming ou no cu da sua mãe), sentar, ouvir, prestando atenção apenas no que esse álbum tem a te oferecer, a musica e a arte com letras do encarte.
Nós consumimos muita musica hoje em dia e muito facilmente, para caminhar na rua podemos ouvir nosso reprodutor de MP3 ou streaming no celular, ouvimos para dirigir, ouvimos para fazer tarefas domésticas, como trilha sonora em nossos games, para transar (pelo menos os 10% de pessoas que preferem transar a ficar reclamando dos outros na internet), enfim, ouvimos musica como plano de fundo mas dificilmente colocamos a tal da trilha sonora como elemento principal e em vez de fazer outra coisa, apenas ouvimos musica.
Me colocando como exemplo, passei a deixar esse hábito quando fui adquirindo novas tecnologias, principalmente o smartphone, todo e qualquer tempo ocioso que eu possa vir a ter, acabo gastando com ele, coisa que torna a tarefa de ouvir um som como secundária. Essas mesmas tecnologias facilitaram e muito o ato de ouvir musica, posso ouvir qualquer som ao colocar o pé fora de casa com a facilidade de falar paralelepípedo. Em casa, facilmente posso ouvir qualquer álbum que eu queira, mesmo que eu não o tenha e acredite, eu o esculto, porém, dificilmente paro para apenas ouvir.
Ainda gosto de usar mídia física e estou retomando o prazer de parar e tirar o encarte para ler letras e arte enquanto apenas aprecio a boa musica, porém, não tenho mais tempo para ouvir um álbum inteiro assim mas alguns sons paro para ouvir e esse prazer é sempre orgásmico pois a boa musica é um ato praticamente sexual, dividido entre quem criou e quem está apreciando.
Finalizando, esculte musica, a aprecie e faça isso com alguém que goste, para poder dividir suas avaliações e quem sabe suas salivas.

16 dezembro 2017

A Importância da Tec-Toy no Mercado Gamer Nacional

Hue Hue BR
Olá meus caros raios de luzes ultravioletas cheios de radiação. Estava cá eu jogando meu XBox 360, esse que foi produzido no Brasil, numa época em que a Microsoft estudava entrar nesse nosso mercado que estava tão emergente, sendo logo seguida pela Sony e depois Nintendo que logo desistiu daqui.
Tanto Sony e Microsoft demonstram um respeito impar (apesar de serem duas empresas e dois ser um numero par) pelo consumidor brasileiro, ambas localizam seus jogos para PT-BR com um grande esforço para trazer boas dublagens e traduções, ambas se preocupam em trazer bons preços e propostas ao nosso mercado, claro que merda acontece e de vez em quando uma das atuais gigantes cometem erros mas nada que prejudique a nós, BRs.
O caso é que nesse ramo essas grandes empresas foram as primeiras a abrirem os olhos para nosso mercado, antes disso, todos que foram grandes no máximo licenciaram seus produtos para outras empresas fabricarem. Atari, Nintendo e Sega tiveram que fazer isso, até porque em épocas de ditadura militar, mercado protecionista não permitia empresas importando produtos e tomava decisões para inviabilizar a importação de países próximos, como por exemplo o sistema de cores de nossas TVs eram PAL-M, sendo que nosso país era o único a usar esse padrão. Muitos historiadores alegam que a escolha de um padrão único de cores tenha sido para proteger o mercado nacional da importação de aparelhos de países das Américas, obrigando assim o consumidor BR a comprar aparelhos nacionais vendidos muitas vezes a preços abusivos.
E aí que chegamos ao ponto interessante, nossos primeiros consoles foram todos versões produzidas por outras marcas, ou seja, ao invés de NES, tínhamos Turbo Game.
Era melhor que o primo japonês pois reconhecia cartucho japonês e americano.
Nesse ponto chegamos a Tec-Toy que licenciou os consoles da nossa tão adorada Sega lançando eles com nome e modelo original. Não parando só nisso, a empresa nacional trabalhou em fazer a localização de vários jogos, trazendo para nosso idioma games como Alex Kidd In The Miracle World e a saga Phantasy Star. Também ganhamos nossos mods únicos, como no caso da versão nacional de Wonder Boy - The Dragon's Trap que virou Turma Da Mônica - O Resgate.
Pixelado é ainda melhor.
Aqui que chegamos ao ponto legal da coisa, a Tec-Toy foi a primeira empresa a tratar gamers brasileiros com respeito. Tivemos os produtos nos moldes originais voltados para o publico nacional pela primeira vez, isto é, não era importado e nem uma versão tosca de um console famoso, era o console famoso em versão nacional.
Apesar da Tec-Toy estar vivendo no passado, sendo que poderia relançar uma versão do Dreamcast (que não é tão novo assim mas é mais novo que o Mega Drive que é mais novo que o Master System, o menos novo de todos), essa empresa fez e faz a diferença em nosso tão sofrido mercado gamer, porém, não recebe o devido valor que merece.
Familia Mega Drive da Tec-Toy (Qual o plural de Mega Drive?).

10 dezembro 2017

Terminei: Star Wars - The Force Unleashed II

Olá meus jovens padawans, no meu caminho da força eu ganhei mais experiencia e XP terminando mais um jogo da saga Star Wars. Na verdade, não terminei muitos jogos inspirados nessa galáxia distante, até porque achar bons jogos dela é uma tarefa para Jedis.
Star Wars - The Force Unleashed II foi lançado pela LucasArts para que é tudo que é plataforma em 2010, 5 anos após o termino da trilogia prequel (Episódio 1, 2 e 3) nos cinemas e 5 anos antes da nova trilogia, ou saga, ou sabe-se lá por quanto tempo a Disney vai prolongar isso. Ou seja, as referencias para lutas entre Jedis e Siths eram bem chochas, por mais que a trilogia clássica seja boa, as lutas com sabres de luz não eram a parte mais excitantes dos filmes. Ficava aquele sentimento de "com esses poderes dava pra ter uma luta épica pra carai" porém esse épico ficava apenas nos nossos sonhos nerdicos já que mesmo com uma boa tecnologia a mão, essas lutas não ficaram lá essas coisas na prequel. Esse jogo foi onde esses sonhos nerdiosos foram realizados.
No primeiro jogo pudemos ver o potencial de Starkiller (o personagem principal e discípulo de Darth Vader) mas no segundo tudo foi elevado ao extremo, o cara usa dois sabres de luz, sendo que é possível escolher a cor e poder de cada um deles, a Força é usável de maneira mais bruta possível (é possível fazer bolinha de papel com uma nave e taca-la em outra nave) e o grande barato é que temos poderes dos Siths a mão, como aqueles raios chocantes.
Viu, raios chocantes.
Por falar nesse equilíbrio entre Jedi e Sith que o Starkiller é obrigado a encarar, o final desse jogo te dá uma escolha entre os dois caminhos no final e como eu sou o Francidomal, lógico que escolhi o caminho Sith e fiquei boquiaberto com o fim, sério, terminei a porra toda, sai correndo pela casa e fui contar pra minha mulher que teve que ouvir cada detalhe desse fim com direito a dublagem e atuação. O triste é que a Disney não estava de bom humor e quando comprou a Lucas Film tirou esse jogo do cânone da saga.
Tanto esse quanto seu antecessor eu ganhei no Games With Gold da XBox Live na versão de XBox 360 e para ser bem sincero não conhecia muito além da capa e roteiro básico, não sei ao certo qual foi a aceitação dele mas o que me importa é a minha experiencia e posso dizer que foi muito boa.
Ao chegar ao fim desse jogo, vi as noticias do Star Wars Battlefront II sendo recheado com loot boxes e recebendo um hate tão cabuloso que até a Disney teve que entrar na pancadaria com a EA (que publicou o jogo) e dei ainda mais valor ao Force Unleashed, que nem modo multiplayer tem mas traz uma campanha completa, com uma boa história, gráficos e jogabilidade e não tentava te vender DLC pra tudo.
Ah e dá para upar o Starkiller também.
Enfim, terminei esse jogo e recomendo muito para quem ainda não jogou, aliás, recomendo ele e seu antecessor pois assim não ficará boiando ao jogar. E que a Força esteja com você.

06 dezembro 2017

Hoje Eu...Li: Clube Da Luta

Olá caros seres humanos deste planeta repleto de vida e insatisfação, se vocês estão vivos e gostam de um bom filme, devem conhecer Clube Da Luta, aquele lá com Edward Pritt e Brad Norton. Mas o que boa parte do publico que assistiu as altas confusões dessa turma que apronta várias, é que esse filme é a adaptação de um ótimo livro escrito por Chuck Palahniuk, que além de ter um sobrenome impronunciável, tem uma visão muito ácida da sociedade como um todo.
O livro segue a mesma história do filme porém com algumas partes bem diferentes e outros detalhes que fazem toda diferença, pelo livro estar todo em primeira pessoa, sendo que a história é contada a partir do personagem sem nome, podemos entender melhor suas paranoias e frustrações. Isso não quer dizer que o filme é inferior ao livro ou vice-versa, cada um tem suas qualidades e o filme foi uma puta adaptação que merece todo reconhecimento que tem.
Algo que me chamou atenção aqui foi quando Tyler Durden aparece pela primeira vez, numa praia deserta, criando uma escultura com troncos, onde ele se senta na sombra dessa escultura, que permanece perfeita por alguns minutos (a descrição está ruim para não estragar sua experiencia literária). O narrador sem nome pergunta do porque dele encarar todo esse trabalho se a sombra só ficou perfeita por um breve momento, ele explica que mesmo sendo por um breve momento, ele ficou sobre a sombra de algo perfeito (não é exatamente assim mas é isso).
Chuck Palahniuk, autor desapontado.
A muito tempo falamos sobre Carpe Diem aqui, aproveitar o momento, aquele ínfimo momento, por mais curto que seja, é o que deve ser aproveitado e é isso o que Durden faz, ele aproveita o breve momento de algo perfeito. 
As vezes, quando executamos uma tarefa ou hobby, deixamos de aproveitar vários momentos enquanto esperamos o que ainda está por vir, até mesmo no sexo ocasionalmente deixamos de aproveitar as preliminares esperando pelo contato de fuck graus. Ao envelhecer, aprendi a curtir cada minimo momento, a introdução longa de uma musica, cada side-quest que recheia com mais história um bom game, cada beijo e peça de roupa retirada, cada surpresa ou risada que um filme ou série pode me trazer ou até mesmo o prazer que cada gole de cerveja me reserva.
Nossa vida é curta, os bons momentos nela são tão poucos e por vezes acabamos presos a preocupações que acabam nos fazendo deixar passar batido eles. O amanhã não nos pertence, viver o agora é incrível, é ter tesão pela vida, é poder olhar pra traz e ter boas recordações.
Enfim, assim como Durden, valorize aquele pequeno momento que mesmo sendo curto e tendo dado muito trabalho para chegar nele, é perfeito.
Carpe Diem.